Publicado: 17 de dezembro de 2020, 10:29

Projeto apoiado pelo Centelha desenvolve dispositivo de baixo custo para diagnóstico de infecções generalizadas


A ferramenta pretende tornar mais acessível e seguro os resultados dos exames de sepse

Infecções são as principais causas de morbimortalidade hospitalares no mundo, chegando a 65% no Brasil, além de ser considerada uma das principais geradoras de custo no setor público e privado da saúde. Pensando em atenuar esta problemática, um projeto desenvolvido em Sergipe e contemplado pelo Programa Centelha, promete entregar um dispositivo de baixo custo, capaz de detectar precocemente a presença de microorganismos causadores de infecção generalizada, mais conhecida como sepse, em pacientes hospitalizados.

O responsável pelo dispositivo é o biomédico e doutor em biotecnologia, Malone Santos Pinheiro, que a partir de uma observação cotidiana em busca de uma metodologia que pudesse ser implantada para realidade brasileira, se deparou com a necessidade de melhoria na acessibilidade dos exames de sepse. “Nós temos metodologias que são bastante avançadas, mas são impossíveis de serem implantadas na nossa realidade por conta de um alto custo”, conta.

Malone, que atualmente é diretor do laboratório Monera Microbiologia e professor titular da Universidade Tiradentes, pontua que os exames para detectar a sepse, por meio da hemocultura, já existem, mas são problemáticos. A hemocultura manual, por exemplo, possui um baixo custo, mas um resultado pouco preciso e confiável. A metodologia que pode entregar um resultado melhor é hemocultura automatizada, contudo, o seu custo é muito alto, o que torna sua implantação no Brasil inviável atualmente. “O novo dispositivo promete uma melhoria na hemocultura manual, aumentando sua acurácia e mantendo o baixo custo para sua implantação no país”, explica o professor Marlone Santos.

A hemocultura pesquisa por bactérias no sangue, por meio do uso de meios de cultura específicos, que podem identificar a bactéria causadora da patologia e qual medicação usar para tratá-la. No caso desse dispositivo que está sendo desenvolvido em Sergipe, o objetivo será a busca por gases oriundos do metabolismo microbiano, específicos causadores de sepse.

O próximo passo no projeto é a construção e patenteação do dispositivo. O professor, com com o apoio de seus alunos, está em no processo de monitoramento para determinar as informações físicas para a materialização do protótipo. Assim que finalizadas e definidas essas informações, o dispositivo ganhará vida por meio de uma impressora 3D e então será patenteado. “O Centelha foi o primeiro e único suporte financeiro que recebemos, o fomento dele é uma grande ajuda”, pontua.

Centelha O Programa Centelha tem o objetivo de estimular a cultura empreendedora no Brasil e a criação de empreendimentos inovadores. O Governo do Estado operacionaliza a iniciativa por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec), que é vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec). Promovem o programa o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), além da Fundação Certi.


Atualizado: 4 de março de 2021, 09:20
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