Fazenda vertical sustentável inova em cultivos urbanos em Aracaju

Projeto Cultive-se é uma das ações de biotecnologia e genética apoiadas pela FAPITEC e Programa Centelha II

Texto:  Kátia Azevedo

Bolsista DTI-3/FAPITEC/SE/FUNTEC/Edital Nº1/2022/ Projeto Boletim Fapitec Ciência/ Programa de Comunicação Científica e Tecnológica (PROCIT)

Fotos/ Divulgação/ Projeto Cultive-se

O plantio de hortas urbanas como experiência de sustentabilidade na produção de alimentos frescos e saudáveis é uma prática crescente no Brasil. Em Aracaju, o projeto “Cultive-se: Fazenda Vertical” coloca em prática este tipo de inovação. O projeto é uma das ações inovadores desenvolvidas na área de biotecnologia e genética apoiados pelo Editalnº 11/2021 da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE) e do Programa Centelha II.

Fotos/ Divulgação/ Projeto Cultive-se

A fazenda vertical sustentável é um sistema de cultivo hidropônico que maximiza o uso do espaço, economiza água, elimina o uso de agrotóxicos e permite o cultivo o ano inteiro, como explica o fundador e coordenador doprojeto, oengenheiro agrônomoFelipe Hermínio Oliveira Souza. “Somos uma resposta à demanda por alimentos frescos e saudáveis nas cidades”, pontua.

De acordo com o coordenador do projeto, o principal desafio do “Cultive-se” está em aprimorar o cultivo de microverdes e validar a sua viabilidade como produto no mercado da alta gastronomia e de alimentos saudáveis no município de Aracaju. “Os microverdes são hortaliças colhidas em seu estágio de maior valor nutricional e sensorial, com cerca de 7 a 14 dias de desenvolvimento e chegam a possuir até 40vezes mais nutrientes do que plantas convencionais”, explica.

Políticas Públicas

O principal resultado do empreendimento tem sido o crescimento expressivo da comercialização pioneira para o mercado B2B [abreviação para “Business to Business”, que significa “Empresa para Empresa”, que na prática é o comércio estabelecido entre empresas]. “Já estamos compondo receitas gastronômicas e pratos para diversos restaurantes em Aracaju”, conta.

“Além disso, estamos cultivando e desenvolvendo metodologias inovadoras para a produção de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), em especial, flores comestíveis”, completa Felipe Hermínio Oliveira Souza.

Suprir insegurança alimentar

Outro aspecto importante do projeto é o foco em políticas públicas que atendam à demanda alimentar apontada pelo levantamento do Observatório de Segurança Alimentar e Nutricional de Sergipe (Osanes) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que revelou a necessidade de políticas públicas que possam auxiliar a qualidade e acesso aos alimentos.

Ainda de acordo com Felipe, o “Cultive-se” tem obtido êxito em produzir alimentos com eficiência em ambiente urbano, de forma compacta e modular. Sendo assim, capaz de implementar fazendas verticais em áreas de insegurança alimentar e desertos nutricionais.

“O Cultive-se possui a capacidade técnico-científica de auxiliar na implementação de políticas públicas que forneçam, através dos supernutritivos microverdes, o aporte nutricional necessário aos indivíduos carentes ou que possuam necessidades alimentares sensíveis e específicas, em locais como escolas, asilos e hospitais”, aponta o coordenador.

Educação ambiental

Ele ressalta ainda que o projeto é um bom exemplo do objetivo do conhecimento na universidade ser voltado para atender a demandas sociais, o que envolve, entre outros fatores, a interação socioambiental entre a população e a natureza. Um dos aspectos relevantes, segundo ele, é a ação de educação ambiental que envolve a interação das crianças com os alimentos.

Felipe chama a atenção para o fato de que os microverdes podem e devem ser aliados na introdução alimentar de crianças, fomentando uma futura geração que buscará ativamente por uma alimentação mais saudável.

Sementes de microverdes de Rabanete. Cultive-se. 2023

Ciência, inovação e tecnologia

Outra questão é a interação com a universidade. Segundo o coordenador do projeto, o “Cultive-se” tem promovido uma importante interação com a comunidade acadêmica da Universidade Federal de Sergipe, através da oferta de estágio remunerado para estudantes dos cursos de Agronomia e Administração.

Fazenda vertical

A partir da parceria com espaços que promovem e apoiam iniciativas científicas, a exemplo da UFS e Fapitec, o projeto promove apesquisa científica na área de adubação para o cultivo de microverdes, sendo base para Trabalho de Conclusão de Curso – TCC em Engenharia Agronômica.

O diretor-presidente da Fapitec/SE, Alex Garcez, ressalta que “a iniciativa é importante para promover a sustentabilidade, a geração de renda e o acesso a uma alimentação saudável e livre de agrotóxicos. Iniciativas como esta já estão acontecendo em grandes cidades e nada melhor do que ter esta startup pioneira na área em nosso estado”, destaca.

Esta é a primeira pesquisa do estado na área, destaca o coordenador do projeto, com objetivo de gerar conhecimento sobre as melhores e mais eficientes práticas de cultivo em fazendas verticais. “Nossa projeção de futuro é que o projeto Cultive-se continue a crescer e se fortalecer, desempenhando um papel essencial no desenvolvimento econômico, social e ambiental da região. Estamos comprometidos em construir um futuro mais saudável e sustentável, onde o conhecimento científico e tecnológico se traduza em benefícios tangíveis para a sociedade”, finaliza o engenheiro agrônomo Felipe Hermínio Oliveira Souza.

Projeto apoiado pela Fapitec discute educação antirracista em escolas públicas

Ação promove debate sobre obras da filósofa Djamila Ribeiro com estudantes da 1ª série do ensino médio

Texto:  Kátia Azevedo

Bolsista DTI-3/FAPITEC/SE/FUNTEC/Edital Nº1/2022/ Projeto Boletim Fapitec Ciência/ Programa de Comunicação Científica e Tecnológica (PROCIT)

As estudantes e bolsistas Ana e Clésia

Uma pesquisa em Sergipe está levando para escolas públicas o debate sobre os desafios da população negra e a crença sobre democracia racial. O projeto “Com Ciência Negra: Um debate sobre as obras de Djamila Ribeiro” é desenvolvido por bolsistas com fomento do Governo do Estado, através de edital da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do estado de Sergipe (Fapitec/SE) em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc).

O projeto é desenvolvido com alunos do Colégio Estadual Prof. José Franklin (CEPJF), na Barra dos Coqueiros, e no Centro de Excelência Deputado Jonas Amaral, em Nossa Senhora do Socorro. “A proposta é discutir a história da escravidão africana e da resistência negra, ampliando a visão de mundo dos estudantes e fomentando debates sobre a importância da educação antirracista, inspirados nas obras da filósofa brasileira Djamila Ribeiro”, explica a coordenadora do projeto, Adinagruber da Conceição Lima.

Autoidentificação étnica

Entre as ações, é realizada uma pesquisa sobre o perfil socioeconômico e étnico-racial dos alunos, entre estudantes da primeira série do ensino médio dos dois colégios. Um dos resultados da pesquisa diz respeito à autoidentificação étnica dos alunos.

Os dados mostram uma heterogeneidade na composição étnica dos estudantes: 50% se identificaram como pardos; 29,2% como negros; e 20,8%como brancos. “Essa diversidade é fundamental para promover um ambiente escolar inclusivo que valorize as experiências e perspectivas de todos os alunos”, aponta Adinagruber.

Leitura das obras

Outra atividade foi a leitura dos livros escritos pela filósofa Djamila Ribeiro: “Quem tem medo do feminismo negro”; “Lugar de Fala”; “Pequeno Manual Antirracista”; e “Cartas para Minha Avó”. O objetivo das leituras é estimular o debate e a reflexão sobre racismo, preconceito e discriminação no Brasil, e a elaboração de material para apresentação da autora à comunidade.

Um dado relevante é que, embora tenham acesso a livros na biblioteca da escola, os alunos não costumam fazer empréstimos de livros. Sobre Djamila Ribeiro, 100% dos estudantes afirmam nunca terem ouvido falar da autora ou terem lido seus livros. Também foi verificado que as bibliotecas das duas escolas ainda não contam com exemplares dos livros de Djamila Ribeiro.

“Durante a pesquisa, ficamos sabendo que as bibliotecas escolares não tem livros de Djamila Ribeiro, apesar da sua grande importância para se discutir uma cultura antirracista”, destacou a estudante e bolsista Ana Luiza Gama Silva. “Por essa razão sugerimos a aquisição de duas obras para compor o acervo das bibliotecas”, completa a estudante Clesia Andrade, também bolsista do projeto.

Glossário e referências

Ao longo das leituras e do processo de pesquisa, o cenário motivou ainda a criação de um pequeno “Glossário de Termos e Conceitos Essenciais na Discussão sobre Racismo e Diversidade”, que pode ser utilizado nas escolas como proposta para iniciar as discussões sobre antirracismo.

Também é realizado um intercâmbio cultural com a equipe do projeto, com encontros presenciais e no formato online, com apresentação de referências sobre o estudo e das discussões sobre o assunto.

Startup cria soluções de realidade virtual para saúde e educação

Iniciativa é contemplada pelo Programa Centelha-SE II  em parceria com a FAPITEC/SE

Texto: Kátia Azevedo/Bolsista DTI-3/FAPITEC/SE/FUNTEC/Edital Nº1/2022/ Projeto Boletim Fapitec Ciência/ Programa de Comunicação Científica e Tecnológica (PROCIT)     

Fotos: Arquivo pessoal

Tâmara Nunes

Formar profissionais da saúde com alto desempenho e excelência através do desenvolvimento de uma estação inteligente multissensorial de metaverso e democratizar a educação da realidade virtual. Estes são alguns dos objetivos da proposta do Projeto ADA 4 ALL, contemplado pelo Edital PROGRAMA CENTELHA II/FAPITEC/ Nº11/2021.

A realidade virtual

A ação é desenvolvida pela Ada Metavers, uma startup de neuroengenharia fundada em 2021 pelas biomédicas Tâmara Nunes e Tássia Nunes, duas mulheres negras, nordestinas, cientistas e apaixonadas por empreendedorismo.Elas ressaltam que o projeto Ada 4 All é um empreendimento inovador que visa tornar a tecnologia de realidade virtual acessível a todos, priorizando a educação, a criatividade e a democratização do conhecimento.

“Criamos a startup com o propósito de incentivar empreendimentos no campo da ciência e educação que quebrem paradigmas no mundo acadêmico e permitam com que tecnologias desenvolvidas na pós-graduação cheguem ao mercado. Elas destacam que a Ada é única startup no Brasil a integrar neuroengenharia e metaverso e pioneira no Brasil a levar sensações para o metaverso. O Ada 4 All oferece um conjunto de soluções educacionais imersivas que visa democratizar a tecnologia de Realidade Virtual para que seja uma ferramenta de transformação digital que visa auxiliar o processo educativo de jovens e crianças. Através de soluções de software e hardware, o projeto se propõe de forma inovadora fornecer ao usuário a liberdade de explorar sua criatividade enquanto aprende”, explicam Tâmara e Tássia.

Elas ressaltam que o projeto Ada 4 All é um empreendimento inovador que visa tornar a tecnologia de realidade virtual acessível a todos, priorizando a educação, a criatividade e a democratização do conhecimento.

“Com uma abordagem centrada no usuário e na inclusão, o projeto está moldando o futuro da aprendizagem através do desenvolvimento de uma plataforma revolucionária chamada Ada Creator, acompanhada por um conjunto de laboratórios virtuais no Ada Launcher e suportada pelo hardware de baixo custo Ada Kit. Esta é uma jornada emocionante que coloca a tecnologia ao alcance de todos, permitindo que professores, estudantes e entusiastas explorem, aprendam e criem em um ambiente de metaverso imersivo”, explicam.

Ainda conforme as biomédicas, o projeto também utiliza a plataforma de laboratórios virtuais, a Ada Creator, que busca criar um ambiente digital imersivo no code onde os usuários poderão criar uma variedade de experiências educacionais e de treinamento.

“Através dessa plataforma, estudantes, profissionais e entusiastas terão a oportunidade de desenvolver diferentes cenários, simulações e experimentos em um espaço virtual interativo sem a necessidade de programar. Isso pode abranger áreas como educação, treinamento profissional, simulações industriais e até mesmo entretenimento educativo”, salienta Tâmara.

“A iniciativa também inclui óculos VR de baixo custo, como os Cardboard, dispositivos acessíveis que permitem que uma ampla gama de indivíduos experimentem a imersão da Realidade Virtual sem a necessidade de investimentos significativos em hardware caro. Essa abordagem democratiza o acesso à tecnologia de RV e permite que pessoas de diversos perfis socioeconômicos possam se beneficiar das oportunidades oferecidas pela plataforma de laboratórios virtuais”, informa Tássia.

Ela enfatiza que a proposta da Ada Metaverse inserida ao Programa Centelha II Sergipe representa um passo audacioso em direção à democratização da Realidade Virtual, utilizando uma combinação de laboratórios virtuais e óculos VR de baixo custo para proporcionar experiências educacionais e de treinamento envolventes e acessíveis a todos. Além de impulsionar a inovação tecnológica na região, essa iniciativa tem o potencial de transformar a maneira como as pessoas aprendem e interagem com o mundo digital.

Interação

“Essa tecnologia está moldando o futuro da educação, proporcionando aos alunos uma experiência de aprendizado verdadeiramente envolvente. Ao despertar a curiosidade e o entusiasmo, a realidade virtual não apenas aprimora o processo de educação, mas também prepara os alunos para um mundo onde a criatividade e a inovação são essenciais. Estamos testemunhando a transformação do aprendizado, e a realidade virtual está liderando o caminho. Dessa forma, a missão da Ada Metaverse é auxiliar no processo educacional através da democratização da tecnologia de realidade virtual, tornando-a acessível a todo”, completam.

Elas destacam que o Projeto ADA 4 ALL tem rendido bons resultados, tornando-se case de estudos do programa de pós-graduação em empreendedorismo da Universidade de Oklahoma e alavancando a startup para abertura de capital em rodada de investimento pre-seed. Atualmente, a Ada tem negociado com investidores e potenciais clientes para implementação do primeiro piloto do xMed no Grupo Tiradentes (nordeste) e no Grupo Inspirar (Sul).

Parceria

“A parceria com o Programa Centelha-SE permitiu a startup alavancar recursos e expandir a inovação em educação. Além disso, a Ada Metaverse foi aceita no prestigioso Google for Startups Cloud Program. Essa parceria nos dará a oportunidade de aprimorar ainda mais nossos serviços e inovações tecnológicas. Recebemos também, a honra de ser reconhecidos no Prêmio Mulheres Inovadoras 2023, que destaca a liderança feminina em empreendedorismo e inovação. Esse reconhecimento impulsiona nosso compromisso com a equidade de gênero e a inovação”, comemora Tâmara Nunes.

O Ada Metaverse também se destacou no Programa Conecta Startups, fortalecendo uma rede de colaboração e abrindo portas para futuras oportunidades de crescimento. De acordo com elas, o maior diferencial competitivo da startup está na propriedade intelectual da equipe científica, que conta com cientistas da neuroengenharia e neurociência para ir além dos ambientes imersivos e levar sensações ao metaverso.

Ela explica que a Ada utiliza como base científica o estado da arte da ciência que é a neuroengenharia para criar soluções focadas no metaverso. “Nossa missão é tornar o metaverso uma realidade e impactar a sociedade através do desenvolvimento de tecnologias de interfaces e interações humano-metaverso.  “Em apenas 1 ano e 7 meses de existência, a Ada alcança resultados próprios de uma startup com potencial de escalabilidade exponencial. Sua operação iniciou em janeiro de 2022, com o nome xCode, entretanto, com o objetivo de representar as mulheres na ciência e tecnologia, a startup mudou sua identidade para Ada Metaverse, em homenagem a Ada Lovelace, primeira mulher no mundo a desenvolver um algoritmo de computador”, conta Tássia Nunes.

De acordo com as biomédicas no primeiro mês de operação a startup foi aprovada para incubação no Tiradentes Innovation Center, principal centro de inovação em educação do nordeste. Realizou sua primeira captação de investimento por meio de investimento anjo e após 4 meses de operação foi aprovada no programa RHAE fomentado pelo MCTI e CNPq com o projeto xMed.

Elas enfatizam que o projeto Ada 4 All não é apenas uma jornada tecnológica, mas um movimento para ampliar os horizontes da educação e da aprendizagem. “Ao unir o poder da realidade virtual, metaverso e educação inclusiva, Ada 4 All está desenhando um futuro no qual a tecnologia não é apenas uma ferramenta, mas uma força motriz para a igualdade de acesso ao conhecimento. Este projeto é uma celebração da criatividade, da colaboração e do desejo de capacitar cada indivíduo a explorar novos mundos e descobrir novas possibilidades dentro do metaverso”, reforçam.

Governo de Sergipe fomenta pesquisas sobre bacias hidrográficas do estado

Iniciativa é apoiada através de edital em parceria entre Fapitec, Semac e Sedetec

Texto e fotos:  Kátia Azevedo

Bolsista DTI-3/FAPITEC/SE/FUNTEC/Edital Nº1/2022/ Projeto Boletim Fapitec Ciência/ Programa de Comunicação Científica e Tecnológica (PROCIT)

Em conjunto com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas (Semac), a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE), também vinculada à Sedetec, contribui para ações estruturantes na área de recursos hídricos.

As ações são realizadas através da concessão de Bolsas de Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (DTI) por meio do EDITAL FAPITEC/SE/SEMAC/SEDETEC Nº 07/2022, com apoio a 04 projetos que desenvolvem pesquisas sobre as bacias hidrográficas, a qualidade e quantidade da água, consumo, segurança hídrica e monitoramento. 

Os projetos contemplados com o edital são: O Uso de Geotecnologias na Consolidação do Sistema de Informações e Aprimoramento do Atlas Digital Sobre Recursos Hídricos de Sergipe; Análise da Severidade das Secas para Sergipe; Desenvolvimento de uma Proposta de Outorga Para Captação e Lançamento de Efluentes em Função Da Sazonalidade e Demandas Consuntivas Locais.

“Através de editais para a execução técnica e científica de ações de gerenciamento de recursos hídricos, a Fapitec contribui com o seu papel de fomentar a ciência, a pesquisa, inovação e tecnologia em Sergipe,  visando a execução de serviços socioambientais necessários como a oferta de  bolsas para profissionais de diferentes áreas de formação, custeados com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FUNERH e do incentivo financeiro do PROGESTÃO”, enfatiza Paulo César Alves, coordenador do Programa de Inovação Tecnológica (PROINT).

A engenheira civil e técnica da Diretoria de Recursos Hídricos da Semac, Ana Paula Ávila, destaca que através de estudos e pesquisas Sergipe está desenvolvendo ações hídricas estruturantes que se consolidam como políticas públicas para o atendimento das demandas da água voltadas para a população.

Conforme a engenharia civil, a parceria com entre a Semac e a Fapitec a se deu em dois momentos. No primeiro, com o termo de cooperação técnica com o lançamento de um edital de contratação de três bolsistas, e agora, no segundo momento, com quatro profissionais que dão suporte às ações de fortalecimento e melhoria dos instrumentos de gestão hídrica dos reservatórios e múltiplos usos da água.

“Estes profissionais atuam em atividades científicas que incluem o suporte na incorporação de novas tecnologias, informações de monitoramento hídrico, qualidade e quantidade da água, situação dos reservatórios, alimentação e atualização do sistema de dados que abarca muitas informações a exemplo do Atlas Digital, que engloba uma diversidade de informações”, lista Ana Paula.

Ela lembra ainda a relevância do trabalho dos bolsistas para o conhecimento do cenário atual e  projetação dos cenários socioambientais futuros, o que inclui  o planejamento de ações para atingir as metas estabelecidas para  a efetividade de políticas públicas na área hídrica. “Neste caso, a parceria com a Fapitec tem sido uma experiência maravilhosa. Tanto é assim que nós queremos ampliar para um terceiro momento com a abertura de novos editais de contratação de mais bolsistas de projetos que agregam e suprem a lacuna para efetivação de serviços públicos mais especializados ligados à pesquisa, à inovação, e desenvolvimento tecnológico. Contar com este trabalho dos técnicos da Fapitec para a execução do trabalho realizado pela Semac é muito importante. É uma experiência exitosa e que precisa de continuidade”, diz.     

 Pesquisa atualiza dados sobre recursos hídricos em SE

Estudo usa geotecnologias para consolidar e aprimorar temas em recursos hídricos 

Texto e imagem: Kátia Azevedo/Bolsista DTI-3/FAPITEC/SE/FUNTEC/Edital Nº1/2022/ Projeto Boletim Fapitec Ciência/ Programa de Comunicação Científica e Tecnológica (PROCIT)

Márcia Rodrigues, coordenadora do projeto
Márcia Rodrigues, coordenadora do projeto

Uma das prerrogativas da Política Estadual de Recursos Hídricos é elaborar e manter atualizado um sistema de dados científicos, com estimativas sobre a gestão das águas no Estado para os próximos anos. Em diálogo com esta demanda surge o Projeto “Uso de geotecnologias na consolidação do sistema de informações e aprimoramento do Atlas Digital sobre recursos hídricos de Sergipe”.

Contemplado com o Edital FAPITEC/SE/SEMAC/SEDETEC Nº 07/2022, o projeto fornecerá uma consolidação do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos de Sergipe (SIRHSE),com estudo nas Bacias Hidrográficas e, por conseguinte, nas Unidades de Planejamento (UPs).

A engenheira florestal, Márcia Rodrigues, bolsista de Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (DTI), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas (Semac), explica que os resultados irão contribuir para subsidiar políticas públicas focadas nas necessidades dos recursos hídricos nos diversos segmentos do território sergipano.

As informações coletadas e sistematizadas serão utilizadas na gestão de recursos hídricos, como: outorga de água, ações de fiscalização e segurança de barragens. O projeto também usa ferramentas do Sistema de Informações Geográficas (SIG) para extrair dados que serão utilizados no projeto.

Pesquisa estuda bacias hidrográficas

“A proposta do projeto é consolidar e aprimorar o Atlas Digital sobre Recursos Hídricos de Sergipe, com uso de dados de imagens de satélite, plataforma Google Earth Engine, e eSIG. Este aprimoramento visa à melhoria da base de dados, possibilitando o uso eficiente destes para a solução de problemas inerentes aos recursos hídricos do Estado”, detalha Márcia Rodrigues.

A pesquisadora também chama a atenção para o uso das geotecnologias e aumento da capacidade computacional, tornando possível mapear e quantificar as informações sobre recursos hídricos de forma rápida e eficiente. “Neste sentido, a consolidação e aprimoramento do Atlas Digital possibilitarão condições necessárias na tomada de decisões na gestão de recursos hídricos, buscando-se sempre a adesão às novas tecnologias para obter dados e informações dos recursos hídricos em quantidade e qualidade”, observa.

Ela destaca que por meio do geoprocessamento é realizado o levantamento detalhado de informações geográficas relacionadas aos recursos hídricos, incluindo dados como curvas de nível; declividade; hidrografia; limites das bacias; codificação em ottobacias; mapeamento e atualização dos reservatórios (barragens); mapeamento do uso e cobertura da terra (plataforma Google Earth Engine – GEE); e mapeamento do potencial da fragilidade das bacias hidrográficas, identificando as fragilidades potenciais e emergentes, fornecendo um diagnóstico atualizado para o cenário da gestão dos recursos hídricos com base nos novos limites geográficos.

Dados

“Os resultados obtidos com o estudo serão disponibilizados para compor o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos para aprimoramento do Atlas Digital, um serviço público essencial para entendermos o uso coletivo da água. A sistematização de dados é aplicada à gestão de recursos sobre a outorga de água, ações de fiscalização e segurança de barragens, além do uso nas defesas civis estadual e municipal, Corpo de Bombeiros, DESO, escolas, universidades e outros órgãos da administração pública”, reforça.

Paulo César Alves, coordenador do Programa de Inovação Tecnológica (PROINT), fala da importância da Fapitec/SE apoiar pesquisas para gestão e preservação das águas, com impacto relevante para a vida da população. “A água é um dos nossos bens naturais mais preciosos e precisamos de pesquisas como esta que contribui para um sistema de informações atualizado e consolidado inserindo a agenda hídrica nas políticas públicas. Por isso nos somamos em parceria com outros órgãos estaduais para viabilizar este estudo”, destaca.

Projeto Representação da Mulher no Cordel lança Cordelteca Alda Cruz

Iniciativa populariza o legado feminino do cordel em escola pública do alto sertão sergipano

Projeto Boletim Fapitec Ciência/ Programa de Comunicação Científica e Tecnológica (PROCIT)

 Texto e Imagens: Katia Azevedo

Jornalista (DRT/SE 719) / Bolsista DTI-3/FAPITEC/SE/FUNTEC/Edital Nº1/2022

A partir de agora o Centro de Excelência Manoel Messias Feitosa, em Nossa Senhora da Glória, no alto sertão sergipano, passa a contar com um rico acervo de literatura de cordel, a  Cordelteca Alda Cruz.

 A iniciativa é um dos resultados do Projeto Representação da Mulher no Cordel, apoiado pelo EDITAL FAPITEC/SE/SEDUC/SE Nº 02/2022, que envolve também uma pesquisa sobre a participação feminina na arte da poesia popular.

O lançamento da cordelteca ocorreu na última quarta-feira, 11 de outubro, com a presença da homenageada, a poeta, professora e cordelista Alda Cruz, 93 anos.

Durante o lançamento da cordelteca, a cordelista recitou versos, falou da sua relação com o cordel ainda menina, e agradeceu a homenagem. “Recebo com alegria esta homenagem que para mim é muito significativa para a valorização da nossa cultura popular sergipana e para o despertar das novas gerações do cordel e do seu papel educativo. Sou grata por todo este reconhecimento e fico feliz por contribuir com este belo projeto” agradeceu.

 Os professores e responsáveis pelo projeto, Jorge Henrique Vieira Santos e Isis Gabrielle Silva da Penha, lembraram a importância literária de Alda Cruz como uma das grandes cordelistas no Brasil e símbolo de resistência negra e feminina da literatura popular.

Os organizadores ressaltaram que a escolha do nome de Alda Cruz “é uma forma de prestigiar a cordelista mais idosa de Sergipe ainda em atividade, reconhecendo a sua  trajetória de vida e produção cordeliana como um valioso tesouro que merece todas as honras e deve estar presente no nosso espaço escolar, para que possa servir de referência e inspiração às novas gerações”.

Professora, cordelista e pesquisadora Isis Penha

A professora Isis Penha destaca que o lançamento da Cordelteca Alda Cruz representa o reconhecimento da produção feminina sergipana na literatura de cordel, ao enfatizar que é preciso desconstruir a falácia de que existem poucas mulheres produzindo cordel. De acordo com a professora, os folhetos que compõem o acervo da cordelteca demonstraram o contrário, revelando uma presença massiva de obras femininas.

Ela também chama a atenção para o papel da escola em manter a viva e pulsante a memória do cordel,  leitura de folhetos dos cordelistas em atividade e autores já falecidos.   

Política pública

A professora também destacou a importância do projeto para a discussão de desafios como a falta de políticas públicas que garantam a popularização de folhetos de cordel nas escolas, e lembrou que é necessário haver apoio e compromisso do poder público com projetos e pesquisas que contribuam para a valorização da cultura popular nordestina na escola pública, prevenindo a erradicação e discriminação da cultura popular.

Ela usou como exemplo o fato de que a maioria das escolas não tem folhetos de cordel para a biblioteca e nem professores conhecedores da cultura popular tendo em vista que este tema não é matéria obrigatória nas universidades.

“Temos uma lei que obriga que a escola trate da literatura do cordel, mas na prática não temos acesso ao material e os professores não teve esta formação e muitas vezes não conhece. Então a nossa cordelteca, além de trazer material para a escola, beneficia toda a rede escolar da região, disponibilizando e promovendo visitações e acesso a um rico acervo com 456 folhetos de autoras e atores de Sergipe e de outros estados,realizando oficinas abertas ao público, e seminários no Youtube sobre a literatura de cordel para os professores. Assim contribuímos para a efetivação da lei”, destaca.

Projeto Representação da Mulher no Cordel

As conclusões, resultados e metodologias utilizadas no Projeto Representação da Mulher no Cordel foram apresentadas pelo orientador da pesquisa, Jorge Henrique.  

 “O projeto foi apresentado e aprovado pela Fapitec pelo Edital Nº2/2022, sendo desenvolvido pela escola a partir do inicio do ano letivo com a participação de três alunas. A proposta foi investigar a representação da mulher em folhetos de cordel escritos por homens e por mulheres, partindo de duas razões específicas: a primeira considerando que a literatura de cordel se consolidou ao longo dos anos como um espaço eminentemente masculino, entretanto, na última década as mulheres vêm reivindicando o seu lugar de destaque neste tipo de literatura. Além disso, faltam pesquisas que investiguem esta temática da representação feminina no cordel nas últimas décadas”, ressalta.  

Bolsistas

Para entender este processo, a pesquisa contou com a participação direta de três bolsistas de iniciação científica e estudantes do ensino médio que foram selecionadas para o projeto e compartilham a experiência de pesquisa sobre a popularização do folheto de cordel e a sua relação com o feminismo.

As estudantes e bolsistas Maria Luiza, Giulia Meneses e Emilly Vitória com a cordelista Alda Cruz (centro)

A adolescente Maria Luiza Silva Santos, de 16 anos, foi uma das bolsistas selecionadas. Ela estudou as narrativas e os espaços de fala feminina nos cordéis. “Foi uma experiência de muito aprendizado. Adquiri mais conhecimento sobre o tema e a respeito do feminismo, um processo muito gratificante e desafiador no qual pude aprender melhor a análise de artigo, participar de palestras, conversar com várias pessoa e fazer parte de encontros de leituras sobre o tema“, revela.

A também bolsista e aluna do 2º ano do ensino médio, Giulia Meneses Brito Dantas, analisou os estereótipos sobre a mulher nos folhetos de cordéis. “Analisamos a representação da mulher escritora e personagem deste tipo de literatura tanto pela perspectiva de autores femininos como masculinos. A pesquisa também contribuiu para saber mais sobre os folhetos de cordel, um tema que tenho interesse. Quando surgiu a oportunidade de participar da seletiva para a pesquisa não tive dúvida”, relata.

A estudante e bolsista Emilly Vitória Canuto Santos, de 17 anos analisa o estudo da historiografia do cordel, identificando que historicamente a relação da mulher com a literatura de cordel é tema pouco abordado e compreendido em alguns períodos.

“A maioria das pesquisas sobre o tema busca a representação feminina no cordel nos séculos XIX e XX. Depois desde período, no século XXI, o assunto é pouco abordado e por isso surgiu o estudo para compreender como as cordelistas estão representadas nas fases históricas mais recentes”, aponta a estudante que também afirma o valor geracional do projeto. 

Ela conta que a pesquisa oportunizou um encontro com a obra e vida de Alda Cruz e disse que é importante para as novas gerações compreender o papel das mulheres para a literatura de cordel. “A partir desta experiência tive a oportunidade de adquirir um melhor conhecimento sobre a autora e através da sua obra e história saber mais sobre as mulheres cordelistas. Me apaixonei pela história dela e pelo legado da literatura de cordel no decorrer da trajetória da pesquisa”, comenta. 

Presenças

O evento foi prestigiado pela diretora técnica da Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE), Carla Xavier, e pela coordenadora do Programa de Comunicação Científica e Tecnológica (PROCIT), Stefani Dias.

Carla Xavier destacou a alegria de presenciar um momento tão importante para a educação, ao mencionar que a literatura de cordel tem o papel de transformar as pessoas e potencializar o fortalecimento da cultura popular nordestina.

“Quando entrei na escola fiquei muito feliz ao ver este projeto. Nós da fundação que trabalhamos com os editais temos a felicidade de apoiar um projeto tão bonito em parceria com a SEDUC. Parabenizamos a toda equipe por esta iniciativa, que revela a riqueza do chão da escola ao promover uma ação que valoriza as nossas raízes culturais. Sergipe é um celeiro de muitas culturas e projetos como estes levam para a sociedade o  conhecimento da história e da cultura viva, fortalecendo a nossa identidade e pertencimento cultural”, parabenizou.

Além da comunidade escolar, o evento também foi prestigiado por cordelistas e membros da Associação Cordelista de Nossa Senhora da Glória.

 

Pesquisa apoiada pela Fapitec mapeia seca em SE

Governo na auxiliará formulação de políticas públicas de gestão de recursos hídricos

Com a participação da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE), o estudo intitulado Análise da Severidade das Secas por Regiões Climáticas do Estado de Sergipe mapeia áreas impactadas por períodos de grande estiagem no estado.

O estudo é contemplado pelo EDITAL FAPITEC/SE/SEMAC/SEDETEC Nº 07/2022 através do Programa de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento tecnológico – Bolsas de Desenvolvimento Tecnológico industrial (DTI).

A pesquisa é coordenada pela meteorologista da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas (SEMAC) e bolsista DTI da Fapitec/SE, Wanda Tathyana de Castro Silva.

Através da coleta e tratamento de informações climáticas o estudo vai organizar uma base de dados para a formulação de políticas públicas que envolvam a gestão de recursos hídricos, produção de alimentos, renda e subsistência nos municípios sergipanos afetados pela seca.

“A pesquisa visa de alguma forma quantificar e estudar as condições climáticas e os eventos extremos que afetam essa região, identificando o fenômeno climático conhecido como El Niño que interfere na intensificação dos períodos de secas no Nordeste do Brasil. Além disso, são realizadas análises e estudos, como o de vulnerabilidade do Estado Sergipe”, informa.

Ela enfatiza que estudos sobre os eventos de seca são importantes como parâmetros para atendimento das demandas socioambientais provocadas pelo El Niño e outros fenômenos climáticos que exercem impacto direto no aumento da temperatura, redução da  quantidade de chuva e perdas massivas de vidas humanas pela fome, desnutrição, expansão de doenças, deslocamentos forçados, perdas de produção agrícola e da pecuária.

 

Importância socioambiental

 

O trabalho também tem como foco o estudo de vulnerabilidade socioambiental. A proposta é incentivar futuras pesquisas e aperfeiçoamento de metodologias sobre o assunto, além de assessorar as gestões municipais permitindo o gerenciamento e a criação de um banco de dados sobre vulnerabilidade socioeconômica, epidemiológica, climática e a geral, e melhorar a aplicabilidade de formuladores de políticas públicas para prevenir e minimizar os efeitos na sociedade.

Ela lembra que as mudanças climáticas estão entre os principais desafios enfrentados pelos países no século XXI e que o fenômeno pode impactar a composição, a resiliência ou a produtividade de ecossistemas naturais e gerenciados, a operação de sistemas socioeconômicos ou a saúde humana e o bem-estar das populações.

Wanda reforça que um dos setores mais vulneráveis e que potencialmente sofrerá os maiores impactos negativos é a agricultura, sobretudo a de países em desenvolvimento. A pesquisadora ressalta que os  efeitos da perda de produtividade agrícola sobre o bem-estar humano dependerá em grande parte da capacidade de os agentes econômicos se adaptarem e se ajustarem às novas necessidades impostas pelos cenários climáticos futuros.

“Neste contexto, a disponibilidade de informação, novas tecnologias, instituições eficientes, facilidade de acesso a mercados de bens, serviços e oportunidades de financiamento aumentam o sucesso dessa empreitada, mas são justamente nesses pontos que os países em desenvolvimento se encontram mais deficientes. Soma-se a isso o fato de que tais países têm sua economia com expressiva dependência da atividade agrícola e estão localizados em regiões onde as condições climáticas já se aproximam dos limites tolerados pelas plantas e pelos animais”, aponta.

Todas essas questões, de acordo com a pesquisadora, possuem especial importância na região Nordeste do Brasil, para a qual são esperados cenários futuros de mudanças climáticas severas, com grandes aumentos da temperatura e da variabilidade da precipitação.

“As mudanças climáticas esperadas podem ampliar ainda mais a vulnerabilidade na agricultura, historicamente, enfrenta intensas dificuldades ambientais e sociais com ampliação das desigualdades regionais.

Índice de Vulnerabilidade Geral (IVG)

 

Mapa de Vulnerabilidade do Estado de Sergipe (Fonte: Wanda Tathyana)

Neste cenário, o trabalho busca mensurar por meio do Índice de Vulnerabilidade Geral (IVG) a vulnerabilidade no Estado de Sergipe, com base em indicadores socioeconômicos, epidemiológicos e climáticos a ocorrência de eventos extremos de precipitação nos municípios considerando as vulnerabilidades que deixam a sociedade mais exposta aos riscos socioeconômicos, epidemiológicos e climáticos, provocando mudança na relação sociedade-natureza e nos indicadores socioambientais.

Os dados climáticos foram utilizados para calcular o Índice de Precipitação Padronizado  SPI (Standardized Precipitation Index) para cada município das regiões climáticas de Sergipe. A proposta é analisar temporalmente e espacialmente a intensidade e duração dos eventos de seca. Os resultados serão utilizados para orientar os agropecuaristas, a sociedade e o setor público para que haja um bom gerenciamento dos eventos extremos.

“O mapeamento irá auxiliar nas tomadas de decisões públicas para minimizar o impacto climático na economia local e regional, auxiliando não só setor hídrico, como também, na agropecuária. Entender o tempo passado e presente vai ajudar nos projetos diagnósticos e prognósticos no setor hídrico dos municípios das regiões climáticas do Estado de Sergipe”, completa.

Parceria

Wanda relata ainda que a parceria da Semac com a Fapitec/SE tem papel importante para colocar a estrutura da pesquisa em prática.  “Diante disso, a parceria da SEMAC com a FAPITEC está sendo muito importante para que seja garantida a elaboração e a execução do projeto de severidade da seca por regiões climáticas do Estado de Sergipe, como também, o estudo da vulnerabilidade. Uma ação integrada que tem gerado frutos positivos para o Estado”, destaca.

O estudo Análise da Severidade das Secas por Regiões Climáticas do Estado de Sergipe é uma das iniciativas contempladas por editais que estimulam a atração de recursos humanos qualificados e com experiência profissional em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) para a execução técnica e científica de ações de gerenciamento de recursos hídricos para o aprimoramento do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos que envolvem ações como o apoio à Sala de Situação de Sergipe, central que atende a população em situações de seca, enchentes e outras urgências naturais, bem como, o cumprimento de metas assumidas no Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas (PROGESTÃO).

“A pesquisa é mais um exemplo de ações científicas apoiadas pela Fapitec que contribuem para a oferta de serviços de utilidade pública através da ciência, inovação e tecnologia no nosso cotidiano”, diz Paulo César Alves, coordenador do Programa de Inovação Tecnológica (PROINT).

 

Paulo Alves, coordenador do PROINT/FAPITEC

Projeto Boletim Fapitec Ciência/ Programa de Comunicação Científica e Tecnológica (PROCIT)

 Texto: Katia Azevedo

Jornalista (DRT/SE 719)

Bolsista DTI-3/FAPITEC/SE/FUNTEC/Edital Nº1/2022

O Uso de tecnologias digitais na educação básica é tema de projeto da UFS financiado pela Fapitec

Projeto visa formar professores para aplicarem recursos tecnológicos como metodologia de ensino

FOTO/ DIVULGAÇÃO Equipe do projeto durante evento na UFS

A aplicação da tecnologia como recurso pedagógico na educação básica é tema de ciclos formativos envolvendo graduandos e pós-graduandos da Universidade Federal de Sergipe (UFS) para a análise desta prática nas escolas públicas. O projeto é financiado pelo Governo do Estado, através de edital da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (FapitecSE), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc).

Intitulado “Metodologias Ativas e uso de Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) em escolas da rede pública de Sergipe”, o projeto é desenvolvido desde março pelo Grupo de Pesquisas e Estudos Interdisciplinares em Metodologias Ativas (GEPIMA/CNPq/UFS), em articulação com o Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECIMA).

Neste mês de setembro, o projeto realizou o primeiro dos cinco ciclos formativos sobre a abordagem da Metodologia Ativa e o uso de TDICs. A capacitação inclui as etapas de formação; orientação e planejamento; execução do plano junto aos estudantes da educação básica pelos professores; avaliação junto à equipe do projeto; e elaboração de capítulo do E-book sobre o ciclo formativo.

Outra ação prevista é o Encontro Sergipano de Metodologias Ativas e Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação aplicadas nas escolas públicas de Sergipe, em 2024.

Formação para professores

A Profa. Dra. Sindiany Caduda, coordenadora geral do projeto, conta que a iniciativa surgiu no contexto da pandemia, quando uso das TDICs, assim como o ensino híbrido, se tornaram uma realidade para as escolas brasileiras. Ela destaca que diante do cenário, o GEPIMA/CNPq/UFS deu início às atividades de formação continuada para professores da educação básica em Sergipe e na Bahia.

“A primeira experiência foi com a Secretaria Municipal de Educação de Nossa Senhora da Glória. Participaram da formação 45 professores das diversas áreas de ensino. No Ensino Superior, ministramos formação para professores da Universidade Federal de Sergipe e da Universidade Federal do Sul da Bahia. As formações nos mostraram que era necessário fazer um projeto que pudesse ir além do momento formativo, alcançando a sala de aula efetivamente”, informa.

A coordenadora conta que, através do Edital Fapitec/SE/Seduc Nº 09/2021, a equipe do projeto viu a oportunidade de fazer a formação continuada com professores da rede pública estadual sergipana, com o diferencial de acompanhar os professores em todo o processo formativo, passando pela formação, orientação, planejamento, execução e avaliação de uso das TDICs e metodologias ativas na sala de aula.

Apoio para pesquisa

Para o diretor-presidente da FapitecSE, Alex Garcez, “esta é mais uma parceria importante entre a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica, Seduc e instituições de ensino sediadas em Sergipe para o apoio a atividades de pesquisa que contribuem para a avaliação de políticas públicas educacionais, com o uso de tecnologias digitais em ações pedagógicas”. 

A professora Sindiany Caduda ressalta a importância da parceria para viabilizar as ações do projeto. “Se não tivéssemos o suporte financeiro para montar uma equipe engajada e qualificada, não seria possível executar todas as etapas dos ciclos formativos. A parceria com a FapitecSESeduc garante a existência da proposta e permite que a Universidade Federal de Sergipe alcance as escolas sergipanas através de projetos de formação continuada, fortalecendo as políticas públicas de educação sergipana”.

E-book sobre a formação

A proposta é analisar a aplicação de metodologias ativas e tecnologias digitais para subsidiar o processo de ensino e aprendizagem nas escolas públicas de Sergipe. Ainda de acordo com Sindiany Caduda, o projeto pretende alcançar resultados como a formação de uma rede de professores inspiradores no tocante ao uso das Tecnologias Digitais e uso das Metodologias Ativas na sala de aula na rede estadual sergipana, que socializarão as experiências vividas do ponto de vista teórico e metodológico.

“Essas experiências estarão descritas em um E-book, que também deverá será compartilhado com escolas não participantes do projeto. A ideia é que outros professores possam replicar experiências em outras instituições de ensino”, enfatiza. Além destas ações, o projeto pretende ainda revelar, através da pesquisa-ação, as potencialidades do uso de TDICs e das Metodologias Ativas na sala de aula, seus desafios e vantagens.

Projeto Boletim Fapitec Ciência

Texto: Katia Azevedo

Jornalista (DRT/SE 719)

Bolsista DTI-3/FAPITEC/SE/FUNTEC/Edital Nº1/2022

 

Projeto estuda impacto socioambiental de redes de cerco em estuários de Sergipe

Ação desenvolve equipamento de tecnologia social para preservar recursos pesqueiros

Texto: Katia Azevedo – jornalista e bolsista DTI-3/FAPITEC/SE/Edital 01/2022/Projeto Boletim Fapitec Ciência

Fotos: Divulgação/Projeto Escolhedeira

Compreender a extensão do impacto causado pela rede de cerco nos estuários de Sergipe e desenvolver em parceria com os pescadores e a Escola Estadual Armindo Guaraná de São Cristóvão um método de pesca que reduza a mortalidade e a captura dos recursos pesqueiros na sua fase juvenil. Esta é a proposta do Projeto Escolhedeira: Uma Tecnologia Social Para Reduzir O Impacto Da Rede De Cerco Nos Estuários De Sergipe.

O projeto é  desenvolvido pelo Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal de Sergipe (UFS) sob a coordenação do pesquisador e professor Mario José Fonseca Thomé de Souza.

“A proposta do projeto é conhecer o real impacto das redes de cercos empregadas em Sergipe e ao mesmo tempo, em conjunto com as comunidades pesqueiras locais, elaborar um equipamento de tecnologia social que melhore a seletividade das capturas nesta etapa do ciclo de vida para que os mesmos possam crescer e serem capturados, reduzindo o tempo de manuseio e a mortalidade dos peixes na fase juvenil”, explica.

De acordo com o pesquisador a pesca em Sergipe é realizada por dezesseis arte/métodos, entre eles, os arrastos que são considerados os mais prejudiciais ao meio ambiente por conta da baixa seletividade causada pelo tamanho de sua malha, normalmente dois centímetros entre nós opostos.

Ele ressalta ainda que as atuais características dos arrastos são potencialmente prejudiciais ao meio ambiente com impacto socioeconômico na pesca regional, sendo os estuários, berçários para vários organismos e, ao mesmo tempo, importantes áreas de manutenção de bens e serviços para as comunidades locais.

Além disso, segundo Mario, o principal recurso pesqueiro capturado pelas redes de cercos em Sergipe é a mistura ou também chamada localmente de miunça, e representa 1/3 de tudo que é capturado por este método. “A mistura não se refere a um grupo específico, mas a um conjunto de várias espécies de baixo valor comercial, composto quase que exclusivamente por peixes na fase juvenil. Há relatos de que uma parte substancial das capturas é descartada. Além da miunça, são registrados 59 grupos de recursos pesqueiros capturados. O número de espécies pode alcançar o dobro disso, indicando um impacto ainda maior nas fases juvenis de vários recursos pesqueiros”, enfatiza.

Diante deste cenário, o projeto pretende oferecer uma tecnologia social, de fácil uso e barata, e que possa a médio e a longo prazos proporcionar a elevação da renda e o bem-estar social das comunidades pesqueiras, com impacto direto na redução da pobreza e na pressão sobre os recursos pesqueiros, permitindo que as espécies ditas  juvenis possam escapar do impacto da pesca e se desenvolverem, aumentando com isso a disponibilidade das espécies na região costeira de Sergipe.

Em fase de finalização de testes, o equipamento chamado Escolhedeira é desenvolvido em parceria com a Colônia de Pescadores Z-2, porto da sede de São Cristóvão, local de descargas das capturas da rede de cerco em Sergipe, e a Escola Estadual Armindo Guaraná e da UFS.

Para o pesquisador, a Escolhedeira é uma “solução que possui potencial para ser disseminada entre os pescadores como um acessório a rede de cerco principal. Alguns exemplos semelhantes e exitosos foram implementados na Amazônia, o que resultou no aumento da seletividade e do tamanho dos peixes naquela região”, exemplifica Mário.

Para compreender a eficiência da escolhedeira, os peixes retidos e os que ultrapassarem as malhas são registrados, utilizando os dados biométricos do comprimento padrão e da altura do corpo dos animais. Também são aplicados testes técnicos para avaliar a eficiência do equipamento.

Além da rede de arrasto com foco na seletividade de peixes, o projeto também envolve a preservação da fauna, estimula a economia criativa e realiza o mapeamento dos estuários de Sergipe: baixo rio São Francisco, Japaratuba, Sergipe, Vaza-Barris e Real/Piauí, com atividades e metodologias a serem empregadas através de mapas cartográficos previamente produzidos durante as descargas nos portos monitorados.

Os testes dos equipamentos acontecem no estuário do Vaza-Barris em parceria com os pescadores profissionais sobre processos de manuseio da rede de cerco em conjunto com a escolhedeira. Durante os testes foram feitas adaptações do tamanho ideal da malha para a confecção da escolhedeira em relação a medidas das malhas com formatos que podem melhorar a seletividade dos peixes.

Monitoramento

Todo o material coletado resulta no monitoramento do material biológico devidamente armazenado em sacos plásticos e etiquetado para análise no Laboratório de Avaliação dos Recursos Pesqueiros da UFS onde os animais são conservados, separados e identificados por peso, comprimento total e altura.

Outra ação de monitoramento é focada ainda na identificação das áreas de atuação das redes de cerco nos estuários de Sergipe através de uma base de dados com informações copiladas com a data de captura, o local de descarga e a localidade de pesca.

Os resultados alcançados pelo projeto serão apresentados em evento aberto na colônia dos pescadores.

O processo de confecção e testes do equipamento já estão em fase final e  já existem três protótipos criados na etapa de experimentação do projeto.

Iniciação científica

Alaelson da Conceição Santos é um dos participantes do projeto. “O desenvolvimento desta tecnologia social ajuda a gente saber o desempenho da rede para diminuir a mortandade do peixe. Agora temos um incentivo para melhorar a pesca. Antes do projeto não tínhamos este conhecimento. Nunca tivemos este tipo de pesquisa na nossa região”, observa.  

Além dos pescadores, o projeto conta com a participação de estudantes da Escola Estadual Armindo Guaraná e da UFS. Bolsistas de iniciação científica, os estudantes da Escola Estadual Armindo Guaraná, Leonam de  Santana Moraes e Fábio Kauan da Silva Santos relatam que a experiência é um incentivo para uma futura carreira científica.

“A partir desta iniciativa, descobri novas habilidades de pesquisa. Aprendi a medir, pesar, analisar bem as espécies. Planejava ir para a área de engenharia e agora tenho certeza de querer cursar a área específica da engenharia de pesca da universidade”, diz Leonam, estudante do 1º  ano do ensino médio. “Está sendo uma experiência muito boa para mim. Através da bolsa desenvolvemos o interesse rumo à engenharia de pesca e por meio do projeto aprendemos sobre novas espécies e feito várias descobertas”, pontua Fábio.    

Para o estudante de Engenharia de Pesca da UFS e bolsista de Iniciação Tecnológica da FAPITEC/SE, e participante do projeto, Matheus Luan da Rosa Bosse, o projeto representa uma oportunidade de proporcionar uma rica troca de experiência entre pescadores e os estudantes. “Conhecemos a realidade da pesca com os pescadores da região, especialmente sobre as espécies existentes que são chamadas por eles por nome popular. Muitas espécies continuam desconhecidas pela população e por isso a importância da sua identifica”, avalia.   

Da mesma forma o estudante Luis Campos Santos chama a atenção para a importância da experiência. “Ampliar o conhecimento das espécies capturadas e estudar a prática de pesca de rede de cerco em Sergipe é uma oportunidade de entender e garantir a preservação ambiental”, diz.

Já o estudante Antony Alburquerque Marques Nascimento afirma que o projeto “é uma oportunidade de participar e interagir como estudante de novas metodologias de tecnologias sociais”, observa. Luis Daniel Campos Santos é outro participante da ação científica. “O projeto trata de um tema muito importante da necessidade do engajamento socioambiental que envolve a ciência, a pesquisa e a tecnologia”, aponta.  

O projeto é contemplado pelo Edital Fapitec/Seduc Nº 09/2022 – Tecnologias Sociais com a gestão de investimentos da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/Se) e conta com a concessão de financiamento da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc).

De acordo com o presidente da Fapitec/SE, Alex Garcez, o projeto mostra de forma bastante exitosa como os editais realizados pela Fundação contribuem para o desenvolvimento socioeconômico de Sergipe. “Através deste projeto vemos o quanto é positiva a realização de editais voltados para tecnologias sociais e como resultam em pesquisas que, de fato, podem contribuir para melhoria social, econômica e, neste caso específico, ambiental do nosso estado”, salienta. 

Educação ambiental

Além da construção de dados científicos, o projeto pretende implementar ações de educação ambiental na escola, com a elaboração de um material didático para divulgar do processo e os resultados obtidos durante a realização da iniciativa.   

O projeto também organiza oficina participativa com a colônia de pescadores para discutir adaptações de tamanho em medidas das malhas com formatos que podem melhorar a seletividade dos peixes. Todo o processo de confecção do material é de forma coletiva, incluindo a definição das malhas, o formato e o método de uso.

Os resultados alcançados pelo projeto serão apresentados em evento aberto na colônia dos pescadores no final da sua execução.

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Projeto de iniciação científica cria roteiros turísticos pedagógicos sobre Tototós e rio Sergipe

Boletim Fapitec/SE Ciência

Fonte: Kátia Azevedo

Fotos/divulgação/projeto

A prática da educação científica na pandemia levou alunos e professores do Centro de Excelência Dr. Alcides Pereira (CEDAP), em Maruim, a experimentarem o turismo pedagógico como método de ensino-aprendizagem.

A ação faz parte do projeto De Tototó pelo Rio Sergipe: O Turismo Pedagógico como Ferramenta de Aprendizagem, executado entre outubro de 2021 a setembro de 2022. A iniciativa contou com o apoio da FAPITEC/SE/SEDUC/SE nº 01/2021 – Programa de Projetos Científicos e Tecnológicos na Rede de Educação Estadual – Bolsas IC JR/SEDUC, fruto de Acordo de Cooperação Técnica, firmado entre a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE) e a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (SEDUC).

“O projeto surgiu da necessidade de utilizarferramentas criativas e inovadoras de ensino e aprendizagem que pudessem ajudar alunos e professores em relação às demandas pedagógicas durante a pandemia”explica a coordenadora do projeto e professora de história, Adinagruber da Conceição Lima.

A idéia do projeto surgiu em 2017, quando Adinagruber lecionava em uma escola na Barra dos Coqueiros e começou a observar os tototós como temática pedagógica para trabalhar com os alunos na sala de aula despertando o interesse da comunidade escolar para a valorização da embarcação e o rio Sergipe como patrimônio histórico e cultural assim como o rio Sergipe. “Decidi a partir daí levar o tema para a escola apresentando uma proposta de pesquisa e prática de ensinosobre o turismo pedagógico. Achei interessante aproveitar na mesma ação a valorização do rio Sergipe e o Tototó”, revela.

O projeto rendeu parcerias com pesquisadores do Instituto Federal de Sergipe (IFS) e da Universidade Federal de Sergipe (UFS), com abordagens temáticas ligadas ao projeto para fornecer o aporte teórico necessário aos estudantes e incentivar seu envolvimento na experiência.

Adinagruber relata ainda que através do projeto os alunos tiveram contato com o uso de ferramentas tecnológicas como ocelular para transformar fotos em quadrinhos e produzir uma revista com roteiros turístico-pedagógicos interdisciplinares com o objetivo de colaborar com a aprendizagem dos estudantes de forma criativa.

Ela também ressaltou o ganho do ensino-aprendizado da ação ao destacar que a partir do projeto foi possível identificar conteúdos e estratégias pedagógicas possíveis de serem desenvolvidas na área do complexo estuário do rio Sergipe. “Esta prática fez toda a diferença para aprendizado dos estudantes que participaram de lives tratando dos temas abordados no projeto, participando ativamente das discussões. Utilizamos a interdisciplinaridadepara abordar temáticas transversais e o turismo pedagógico como ferramentas de construção coletiva do conhecimento, visando instigar a percepção dos alunos quanto as suas vivências e experiências nas suas relações com os patrimônios naturais e culturais nos seus cotidianos”, enfatiza a professora.

Novos aprendizados

Adinagruber e suas alunas envolvidas no projeto

As estudantes e bolsistas do projeto, Dayse Lanne Mendonça Pereira e Hellem Kauãne de Jesus Santos contam sobre a importância de participarem da experiência. “Tivemos contato com patrimônios históricos, culturais e naturais de Sergipe, participamos de evento científico, e conhecemos o aplicativo cômica. Também foi a primeira vez que apresentei e participei de um trabalho cientifico e com orientação da minha professora  consegui superar muitos desafios”, comenta Dayse.

HellemKauãne de Jesus Santos participou como bolsista voluntária do projeto. Ela disse que além de eventos científicos, aprendeu mais sobre a cultura patrimonial e explorou habilidades como a produção de textos sobre o tema.

“O projeto contribuiu muito para o meu conhecimento. Produzi textos sobre o tema e explorei minhas habilidades. Descobri novos significados, novas palavras e gostei da nova experiência de aprender sobre história conhecendo a importância da embarcação do tototó”, relata.

As alunas também participaram da criação de roteiros turísticos pedagógicos pelo rio Sergipe, utilizando o gênero em histórias e quadrinhos, confeccionada pelos estudantes a partir de fotos feitas por alunos, professores e outros participantes do projeto, além de uma revista com versões nas línguas espanhola e inglesa que será disponibilizada no Instagram do projeto e encaminhada para a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (SEDUC) para publicação em edital específico para produção de projetos escolares.

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Última atualização: 29 de agosto de 2023 11:41.

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